A Escola de Belas Artes teve sua história associada à chegada da Missão Artística Francesa, e seu legado provém das tentativas de implantação do ensino artístico e técnico no Brasil segundo o modelo francês. Com o decreto de 12 de agosto de 1816, D. João VI determinou a criação de uma Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios. O objetivo central era desenvolver uma tradição independente dos partidos artísticos portugueses do período colonial. Grandjean de Montigny foi um dos principais divulgadores desses modelos, ao projetar prédios públicos em estilo neoclássico, e foi responsável pela formação dos primeiros arquitetos na cidade, na recém-criada Academia Imperial de Belas Artes (1826).
Ao longo do século XIX, idas e vindas marcaram a Academia, especialmente, com relação ao curso de arquitetura. Havia uma pressão exercida pela Escola Politécnica para que a arquitetura se juntasse à engenharia. Sugeriram essa mudança vários diretores da Academia, como Modesto Maia, e professores, como André Rebouças – também professor da Politécnica – e Bittencourt Silva, aluno de Grandjean de Montigny. O argumento central era a falta de alunos, situação que se modificou após a Proclamação da República, quando se tornou Escola Nacional de Belas Artes.
Em 1890, Rodolfo Bernardelli assumiu a direção da Escola Nacional de Belas Artes e usou o seu prestígio para conseguir o terreno na avenida Central para a construção do novo prédio. O projeto em estilo eclético, criado por Adolfo Morales de los Rios – professor da Escola -, tomou como base a tipologia de uma das alas do Museu do Louvre, em Paris, e marcou a fachada com medalhões que homenageavam os grandes artistas (pintados por Bernardelli). Além da escola, o edifício recebeu uma pinacoteca com o acervo da própria escola e um espaço de exposições. A nova Escola Nacional de Belas Artes foi inaugurada em 1909 e logo se tornou um dos ícones da avenida.