O quebrar das ondas no fim de uma tarde de fevereiro de 2006 quase não era percebido pela multidão que se aglomerava para ver a apresentação dos Rolling Stones, na praia de Copacabana. As estimativas oficiais contam um milhão e meio de público, mas há quem diga que, naquelas areias, acotovelando-se para ver uma nesga de cabelo do Keith Richards, havia muito mais gente do que isso. Inclusive porque o público também estava espalhado pelo mar, em navios, lanchas e catamarãs, no afã por presenciar o maior show da história da banda britânica.
Foi nessas mesmas areias, que, na virada de 1993 para 1994, o cantor Rod Stewart recebeu 3,5 milhões de espectadores e registrou, no Guinness Book, o recorde de público em um show gratuito de rock. Também em Copacabana, a festa de Réveillon passou a incorporar ritmos e sons, com shows de diversos estilos, a sua tradicional queima de fogos, e se tornou um dos megaeventos mais famosos do mundo.
O Festival Rock in Rio é outro espaço antológico para a dobradinha entre multidões e música. Desde sua primeira edição, em 1985, que o rock em si vem perdendo a primazia para outros tipos de ritmo. As dimensões do festival, porém, continuam gigantes.
Até a música clássica, que não costuma ser um gênero muito popular por aqui, tem suas ocasiões de estrela para grandes públicos. É o que ocorre em algumas apresentações do Projeto Aquarius, por exemplo, que no passado já reuniu multidões para concertos em lugares como Maracanãzinho e Parque do Flamengo.