Margarida Souza da Silva de Oliveira, a Margô, veio da Bahia para o Rio na década de 1960. Trabalhou como diarista na Zona Sul, quando resolveu ir morar na Maré. Margô participou de lutas comunitárias da Maré, entre elas, a construção de parte do Parque União pela ocupação de uma área, a Tekno.
Margô destaca as melhorias que o Parque União viveu, destacando que muito ocorreu por conta dos esforços dos moradores ao longo dos anos:
“O Parque União não é favela, eu considero o Parque União como bairro. Hoje é uma cidade, a gente não diz que é zona sul, porque zona sul é diferente, né? Zona sul só tem os magnatas, mas na favela também tem muita gente boa, muita gente importante, muita gente que construiu com seu esforço, lutou para ter.”
Em outro trecho do seu depoimento de Margô, ilustra bem todo o sentimento que ela tem pela Maré:
E eu amo a Maré. Eu amo o Parque União, porque a gente anda livremente e a gente pode morar, as nossas casas ficam com as portas abertas, janelas abertas. Se estiver calor a gente dorme com a porta aberta, ninguém invade, ninguém entra para abusar de ninguém, nem fazer maldade. Só mesmo quando tem essa tal de operação, que entra. A gente tem que ficar isolada, como se estivesse numa prisão. Aí só depois que acaba a operação, que a gente tem liberdade. Mas, no mais, eu acho excelente. Então, eu vou finalizando aqui, sou Margarida Oliveira, sou moradora da Maré e sou muito feliz por morar na Maré e ter feito minhas amizades, com o pessoal da Maré que são pessoas maravilhosas, o pessoal é muito bom e, assim, a minha vida é Maré.