Em sua última década como capital do país, o Rio de Janeiro adentra os anos de 1950 sob o signo cosmopolita do desenvolvimento técnico e da renovação de ideias. Na imprensa, na arquitetura, na música e na literatura, essas transformações consolidam a visão de um Brasil cuja modernidade estética contrastava com a persistente precariedade social e econômica. As artes visuais seguem essa visão ao incorporar, de forma tardia, a perspectiva construtiva das vanguardas europeias ligadas ao abstracionismo geométrico, aos movimentos coletivos e manifestos e a um aprofundamento do debate crítico-teórico. A construção do Museu de Arte Moderna consolida o projeto modernista e se torna um marco na arquitetura carioca. Ao mesmo tempo, a exclusão social que se agrava na cidade abre fissuras na pureza estética dessa geração e apresenta tensões políticas que se agravariam na década seguinte.