Do “outro lado do túnel”, o Rio possuía marcas diferentes, um pouco menos glamourosas. Enquanto Copacabana se destacava como centro de lazer e divertimento, os subúrbios da zona norte abrigavam as fábricas, os negócios atacadistas e seus trabalhadores.
Com o tempo, a vida pacata das cadeiras nas calçadas suburbanas foi substituída pelo asfalto e casas sem jardins. O Méier se desenvolveu onde antes se localizava o “Engenho Novo dos jesuítas”, e seus primeiros habitantes, além dos padres da Companhia de Jesus, foram os negros do quilombo da Serra dos Pretos Forros. No século XIX, as terras faziam parte da “Quinta dos Duques”. O nome do bairro é em homenagem a Augusto Duque Estrada Meyer, camarista do imperador D. Pedro II. Seus pais eram os donos das terras. Considerada a capital dos subúrbios por Lima Barreto, assistiu a um crescimento expressivo, tornando-se centro de um poderoso comércio onde se encontravam filiais das grandes lojas que existiam em Copacabana e cinemas enormes como o Imperator, assim como as turmas de jovens transviados da cidade. O Jardim do Méier, que era um lugar de piqueniques e visitação, transformou-se radicalmente e hoje parece um grande entroncamento rodoviário, repleto de viadutos.
Já Madureira resultou do loteamento da antiga Fazenda do Campinho, onde vivia Lourenço Madureira. O bairro pertencia à freguesia de Nossa Senhora da Glória do Campinho e era uma área de cultivo de cana de açúcar, no Engenho do Portela. Nos anos 1960, Madureira acabou assumindo a centralidade da zona norte. O Mercadão de Madureira, o crescimento das atividades ligadas às escolas de samba e a posição estratégica do bairro como estação principal do rodoferroviário dos subúrbios fizeram com que o bairro se destacasse cada vez mais.