Que o leitor desavisado não espere trapezistas ou engolidores de faca na descrição desse “circo”, que se instalou às margens da lagoa Rodrigo de Freitas, em 1969. A ideia de montar um espetáculo sob uma lona circense foi apenas uma saída inovadora do humorista e músico Juca Chaves, para driblar as dificuldades da época, marcada pela repressão e pela falta de incentivos às atividades culturais.
Sob a lona do Sdruws, o “menestrel do Brasil” fez inúmeras apresentações de seu espetáculo solo, mistura de música e sátira. A frequência de um público de elite, numa lona de circo montada ao lado da favela da Catacumba, alimentou curiosidade e, até hoje, as referências sobre o Circo Sdruws dão conta do jogo de cintura de Juca Chaves, que teria convidado moradores da comunidade para algumas apresentações e feito troça com o receio dos abastados ante o perigo da vizinhança.
Em tempo: o nome Sdruws nasceu da aglutinação das letras S de “snob”, D de “divino Dener“, R de “ralé”, U de “uanderful” nacionalizado, W de “water-closet” e S de “Sdruws mesmo”, como o humorista não se furta a explicar.