Seu Ivan veio da Nova Brasília para Maré ainda criança, no começo da década de 1960. Depois, se mudou para o Morro do Timbau. Em seu depoimento, Seu Ivan demonstrou um senso de pertencimento à Maré muito forte, a ponto de ter defendido que os profissionais dos serviços públicos deviam ser moradores de lá. E é o pertencimento, a identidade e o amor pelo local que fazem com que ele permaneça lá. 

Não pensei em sair da Maré e nem viajar para outros estados. Eu já tive proposta para os Estados Unidos, na época, quando eu estava  morando aqui no Rubens Vaz. Só que eu era recém-casado. Eu já recebi até patrocinador para ir para lá. Eu falei: “não, não”. Porque aqui na época, é o que eu te falei a princípio, aqui tinha muita mão de obra. E eu, como trabalhava de mecânico e mecânico naquela época, era praticamente hoje, a informática. Então, quem tinha um carrinho novo, ou um carrinho velho, não sabia mexer, tinha que procurar quem? O mecânico.  (…) Aí fiquei. Adquiri minha família toda por aqui e estamos aí, até quando o Senhor quiser.