Nos anos 1930, uma nova fase do Modernismo se iniciou e, na arquitetura, Lúcio Costa despontou como um dos grandes responsáveis pela difusão do estilo no país.
Formado em arquitetura pela Escola Nacional de Belas Artes (ENBA), no início dos anos 1920, Lúcio Costa foi adepto do estilo neocolonial até 1930, quando descobriu a “Casa Modernista” do arquiteto Gregori Warchavchik em São Paulo; teve acesso à obra do suíço Le Corbusier e se “converteu” ao Modernismo.
Em 1931, Lúcio Costa deixou de trabalhar como assessor de obras do Itamaraty – cargo que ocupou no ano anterior – e assumiu a direção da ENBA. Na tentativa de reestruturar a instituição e modernizar o ensino, contratou professores alinhados ao Modernismo para o corpo docente, entre eles Warchavchik, de quem também foi sócio até 1933, em uma empresa de construção civil.
Como diretor, organizou uma das tradicionais Exposições Gerais de Belas Artes, evento que passou a se chamar Salão Nacional de Belas Artes, a partir de 1933. A edição organizada por Costa ficou conhecida como Salão Revolucionário e teve a participação de artistas modernistas importantes, como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e Anita Malfatti. Enfrentando resistências ao seu posicionamento, sua gestão conflituosa na ENBA teve fim em setembro de 1931, antes do encerramento do Salão Revolucionário.
Após deixar a ENBA, Lúcio Costa retomou sua carreira fora da academia. Foi um dos primeiros mestres de Oscar Niemeyer e trabalhou com o arquiteto em projetos importantes, como o Palácio Capanema (1937) e Brasília (1956). A convite do então presidente Juscelino Kubitschek, Lúcio Costa ficou responsável pelo plano urbanístico da nova capital, e Niemeyer, pelo projeto arquitetônico dos prédios públicos.
Foi autor de outros projetos de destaque, como o Plano Diretor da Barra da Tijuca (1969) e, desde 1937, trabalhou no Spham (atual Iphan), na área de preservação e restauração de patrimônios até se aposentar, em 1972.
Apesar do importante trabalho na área de preservação, Lúcio Costa foi um grande defensor da demolição do Palácio Monroe (1976). Esse fato é abordado no filme “Crônica da Demolição”, produzido por Eduardo Ades, em 2015.