Num prédio que faz parte do Conjunto Arquitetônico do Catete (prédios neoclassicistas tombados pelo IPHAN nos anos 1960) está localizado o Museu de Folclore Edison Carneiro, inaugurado em 1968 graças à luta de folcloristas pela preservação do Folclore Brasileiro – dentre eles o etnólogo, folclorista e historiador que passou a dar nome à instituição em 1976.
A ideia que originou a criação do Museu de Folclore esteve atrelada ao incentivo da Unesco, após a 2ª Guerra Mundial, a iniciativas voltadas à documentação de tradições com risco de desaparecimento. Assim, um processo iniciado em 1947 com a criação de órgãos voltados à preservação do Folclore culminou na criação do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, responsável pelo museu e demais aparelhos voltados a essa área de pesquisa e, desde 2003, vinculado ao IPHAN.
Até 1980 a instituição se dedicou a organizar e difundir seu acervo – que hoje possui mais de 17 mil peças. Em 1980 foi montada a 1ª exposição permanente, com estrutura dividida entre brinquedos; medicina popular; danças e folguedos; literatura de cordel; instrumentos musicais e artesanato.
Em 1982, quando a museóloga e antropóloga Lélia Coelho Frota assumiu a direção, a linha conceitual do Museu passou a centralizar a figura do indivíduo brasileiro como produtor de cultura e a estrutura da exposição se transformou: ritos de passagem; o mundo ritualizado das festas; o homem na transformação da natureza e na produção de cultura; o indivíduo e a coletividade. Essa reformulação visava modificar a ideia de que a cultura é algo separado do indivíduo no espaço e no tempo e demonstrar que ela é produzida a todo momento, por pessoas comuns.
Atualmente o Museu de Folclore Edison Carneiro conta com a exposição de longa duração “Os objetos e suas narrativas” e possui mais 2 salas para exposições de curta e média duração: a Sala do Artista Popular, que divulga o trabalho de artistas e comunidades artesãs, e a sala Mestre Vitalino, dedicada a exposições de média duração com peças do acervo de reserva do Museu.
Por conta da pandemia de Covid-19, o museu está fechado à visitação, mas é possível acessar os catálogos das exposições no site da instituição.