Autores: Samir Mohamed; Fabiano Araújo; Fernando Villaverde; Edeilson Guimarães; Shay – Turma: 211
Um dos cartões postais do Rio de Janeiro, a Pedra da Gávea é o maior monólito (pedra de grande proporções ou um só bloco de pedra) à beira-mar do mundo. Com altitude de mais de 842 metros, a pedra foi uma grande referência aos navegadores que chegaram ao Rio, tanto que foi uma das primeiras montanhas no Brasil a receber um nome português.
A expedição do Capitão Gaspar de Lemos no século XVI reconheceu, na silhueta da pedra, o formato de um cesto de Gávea, que é utilizado na parte mais alta do mastro do navio para observação.
A Pedra da Gávea fica localizada na Floresta da Tijuca, sob administração do Parque Nacional da Tijuca. É uma das trilhas consideradas mais difíceis e desafiadoras do Rio e, por isso, somente em 1830 começaram a ser empreendidas as primeiras expedições ao seu topo.
É uma trilha com grau de dificuldade alto e leva aproximadamente 3h30 de caminhada e escalada – bastante puxado. Recomenda-se um bom condicionamento físico, muita atenção, pois tem muitos desníveis e trechos verticais expostos, em que já foram registrados casos de acidentes a até mortes.
Tanto esforço de exercício são recompensados por uma das mais belas vistas naturais – um 360º de tirar o fôlego. Vale a pena demais conhecer e fazer esse circuito: Pico dos 4 passando pela Garganta do Céu, Platô, Mesa, Orelha, Olhos, Pedra do Raio, Pirâmide, Cabeça do Imperador, Cadeirinha no retorno, passando pela temida Carrasqueira e chegando até o Paredão, logo abaixo o Mirante da Laje.
Os estudantes do grupo, que AMAM aventura, contam sobre suas experiências com uma das trilhas mais difíceis do Rio.
“Desde pequeno sempre tive medo de altura, mas quando comecei a me apaixonar pelos visuais que as trilhas do Rio tinham sempre ficava na minha cabeça “e a pedra da Gávea?”, Porque já tinha visto vídeos do trajeto dela, tinha ouvido relatos de pessoas que foram, então sabia que seria muito difícil pra mim, até fiz uma amizade com uma Guia de turismo, que me convidou a fazer a pedra da Gávea, porque era um lugar que já estava acostumada, então eu aproveitei, e foi aí que eu venci meu medo de altura, e conquistei a trilha mais difícil do Rio de janeiro.”
“Com altura sempre tive um fascínio, até porque sou paraquedista do exército, essa rotina de altura estava no DNA, mas a Gávea foi um desafio a parte, não pela altura mas pela subida desgastante. No ano de 2016, que foi minha primeira subida, um amigo marcou de fazermos essa trilha. Lembro que fiquei meio em dúvida por não estar com o condicionamento físico em dia, mas mesmo assim eu quis ir até lá, pois gosto de desafio. Realmente a trilha é puxada, muito íngreme na maioria do trajeto, mas fui motivado pelos meus amigos, que falavam sobre como é bonita a vista lá de cima, e isso me motivou cada vez mais a subir. […] Levamos 2h40 para chegar. […]
Realmente, chegando no objetivo, e só alegria, te dá uma satisfação enorme de conquista, sem contar a vista maravilhosa de cima da pedra, valeu a pena e valeu o esforço de ter conquistado mais essa etapa da minha vida!”
“Eu sempre tive vontade [de subir a Pedra da Gávea], mas por me considerar fora dos padrões, “acima do peso” e não ter as cartilagens nos joelhos, eu achava que não fosse possível. No final de 2016, resolvi tomar uma atitude, mudei minha alimentação, comecei um trabalho de fortalecimento e passei a fazer algumas trilhas bem fáceis, para ir pegando ritmo.
Em 30/09/2018 chegou o grande dia. Convidado por um amigo, resolvi partir para esse desafio. Depois de uma longa caminhada, me deparei com aquele paredão – a “Carrasqueira”. Confesso que fiquei assustado, mas resolvi encarar sem equipamentos, pois adoro adrenalina. Depois de transpor essa barreira, tinha uma ainda maior que era sentar na “Cadeirinha”. Com auxílio do amigo, consegui… aí, só emoção!
De lá pra cá, já fui inúmeras vezes para conhecer outros pontos que estavam faltando! Hoje em dia posso dizer que é meu parque de diversão.”
“Desafiadora – essa seria a palavra que eu utilizaria para descrever a trilha da Pedra da Gávea. Quando você entra na trilha é como adentrar diretamente o meio da selva. Eu fiz a trilha com minha esposa Dayana e teríamos completado o percurso, porém minha esposa se sentiu mal no meio da empreitada e decidimos abandonar a aventura. Apesar disso tenho memórias muito boas sobre o local. A paisagem é arrebatadora, você de fato se sente em contato direto com a natureza. E a despeito de minha esposa já ter completado a trilha anos antes e de fazê-la novamente comigo, nós fizemos uma promessa naquele dia: nós voltaríamos e conquistaríamos a Carrasqueira juntos.”