RODA DE PIÃO
Se você foi criança no Rio de Janeiro das décadas de 1950 e 1960, provavelmente, brincou muito de pião, arriscando manobras na palma da mão, nas pernas e nos braços. Democrático, o pião podia ser jogado nos mais diversos tipos de superfície, e, em tempos de chuva, as disputas na lama e na terra molhada geravam uma certa tensão entre os participantes.
A brincadeira incluía manobras como fazer o pião deslizar na fieira ou, durante o giro, pegá-lo com a fieira pela ponta e jogá-lo para o alto, agarrando-o depois com a mão ou devolvendo-o para o chão. Os jogos “à vera” envolviam apostas, e a graça era conquistar ou destruir os piões dos adversários.
A roda de pião era a denominação do jogo coletivo, e a brincadeira mais comum era usar o objeto para retirar os prêmios da cela (um círculo desenhado no chão), que podia estar recheada de piões, bolas de gude, moedas e até notas de dinheiro. Uma outra variação era colocar o pião girando no meio da cela, enquanto os jogadores tentavam acertá-lo.
JOGO DE TACO
Em qualquer rua sem trânsito ou em calçadas largas, via-se a prática, nas décadas de 1960 e 1970, do jogo de taco. Era uma atividade que ocupava os cariocas nos intervalos das peladas. A habilidade, a destreza e a capacidade de atenção eram centrais no jogo, que era o horror das mães que viam seus cabos de vassoura sumir para servir de tacos. Vidraças quebradas, bolhas isoladas em lugares de difícil acesso, boladas em transeuntes eram situações correntes. Da zona norte à zona sul, não havia rua que não tivesse jogo de taco.
A origem do jogo de taco não é clara, mas se acredita que é derivado do críquete ou do beisebol. Alguns historiadores dizem que a brincadeira foi criada por jangadeiros brasileiros no século XIX. Para jogar, é preciso uma bola pequena de borracha, um cabo de vassoura cortado ao meio e uma ‘casinha’ formada por três pedaços de bambu ou ripas que se equilibram, resultando numa figura triangular.