Logo após a fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro (1975), dois importantes planos urbanísticos foram implementados, ambos em 1977: o Plano Urbanístico Básico (PUB-RIO) e o Plano Integrado de Transportes (PIT Metrô).
O PUB Rio resultou do convênio entre o Governo Estadual e o Municipal e buscou delimitar as funções entre governos, cuja área de atuação tinha sido modificada com a fusão. O Plano apresentou um diagnóstico de uma cidade que crescia em função de interesses de agentes imobiliários e ausência de marco legal/administrativo e seguiu a lógica dos planos diretores, expressando também a vontade de sistematização de intervenções, com a criação das AP’s (Áreas de Planejamento) e PEU’s (Projetos de Estruturação Urbana), desenvolvidos e aprovados a partir de 1985.
O PUB Rio foi exemplar para definir a concretude da fusão dos estados, cuja plena realização ocorreu pela sintonia entre o governador do estado do Rio de Janeiro, Faria Lima, e o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcos Tamoyo. Juntas, as duas autoridades nomeadas pelo governo federal realizaram as reformas que atenderam às orientações da política urbana nacional.
O PIT Metrô seguiu a mesma direção do PUB Rio: foi apresentado em setembro de 1977 e pontuou a presença do governo federal na nova dinâmica. Os pressupostos ganharam uma diretriz mais definida: o sistema de transportes. Por seu foco na circulação, o plano privilegiou os equipamentos urbanos e a construção do sistema de metrô, que acabou tomando conta do plano e modificou a estrutura da cidade para muito além dos transportes. O projeto foi usado para reverter movimentos considerados nocivos para a metrópole: destruiu determinados espaços onde atividades como a prostituição (na Cinelândia, por exemplo) começavam a adquirir expressão. Projeto de dimensão técnica, que visava atingir toda a cidade, a implementação do metrô vinha associada a uma noção de “moralidade” urbana.