Década de 1990, subúrbio carioca, funk nas caixas de som. Nas estações e trens superlotados, surfistas de trem se equilibram entre a vida e a morte em cima de vagões. Nada a exaltar, apenas a lamentar: ao menos um jovem por semana perderia a vida caindo nos trilhos ou eletrocutado pelos 4.400 volts dos cabos de alta tensão da linha férrea. Uma triste realidade.
Embora a pena para os infratores fosse elevada, com multa e um período de até oito anos de prisão, a adrenalina falava mais alto. Os jovens saíram dos trilhos para as ruas e passaram a se pendurar para fora de ônibus e lotações a caminho da praia e de jogos de futebol, dando origem ao “surfe rodoviário”. Um grito de alerta?
Felizmente, a prática perdeu sua força e hoje são raros os exemplos, mas deixou marcas nas famílias que perderam seus filhos e irmãos. Deixou marcas em um Rio sempre em movimento.