Essa exposição não teria sido possível sem a o esforço, a dedicação, os saberes e o trabalho de pesquisa de três jovens mareenses: Daniele Figueiredo, da Nova Holanda, Tainara Amorim, da Baixa do Sapateiro, e Aristênio Gomes, do Parque União.
Cresceram numa Maré já classificada como bairro pela prefeitura e reivindicada como bairro por muitos moradores, mas igualmente reivindicada por eles também como favela. Se o que formou a identidade da Maré foi a condição de favela pelo Estado e por parte da sociedade, esses jovens cresceram numa Maré em que ser favela era bandeira de luta.
E é assim que eles participam de várias iniciativas da Maré, mesmo sendo tão jovens… E foi com esse olhar que eles entraram para o curso de História na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Tendo cursado curso de pré-vestibular comunitário da Maré, os três ainda hoje mantém laços com essas iniciativas, agora como professores, organizadores, incentivadores. Dentro da lógica que ‘um puxa o outro’.
Para ele e elas, o território em que vivem também é tema de suas pesquisas acadêmicas, produzindo e compartilhando saberes. E com paixão, com sabedoria, os três mergulharam na pesquisa de acervos, em conversas com moradores, recolhendo depoimentos, dando informações básicas, imagens, dados que eles trouxeram toda a alma de luta da Maré para essa pesquisa.
A participação deles nessa exposição não foi por lugar de fala. Através dele e delas, o lugar falou.