Nem todos o conhecem pelo nome de Sebastião Rodrigues Maia, mas certamente, do Leme ao Pontal não há quem não tenha se deliciado com as canções desse descobridor dos sete mares, Tim Maia.
Carioca, nascido na Tijuca em 28 de setembro de 1942, era o penúltimo de 19 irmãos e ficou conhecido como o síndico da música brasileira. Chegava e botava ordem, apesar de não gostar muito de as cumprir.
Com uma carreira recheada de sucessos e de muitas polêmicas, Tim Maia começou a compor aos oito anos e, aos 14, formou seu primeiro grupo musical, Os Tijucanos do Ritmo. Em 1957, montou a banda Os Sputniks junto com Roberto Carlos.
Após a morte do pai, em 1959, foi para os Estados Unidos, para aprender inglês. Lá, entrou em contato com a soul music, que passou a fazer parte da sua identidade musical. Foi nos EUA, que Tim Maia formou a banda vocal The Ideals, com mais quatro garotos. Em 1964, foi preso por porte de maconha e deportado para o Brasil.
Mas foi em 1970, que Tim Maia emergiu de vez e fez o Brasil dançar ao som do soul e do funk, ritmos norte-americanos que o cantor e compositor carioca soube misturar com levadas nacionais e um tempero original. Seu primeiro LP, Tim Maia, continha os sucessos Azul da Cor do Mar, Coroné Antônio Bento e Primavera. No ano seguinte, gravou Chocolate e Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar) e, no ano seguinte, Gostava Tanto de Você.
Junto com o sucesso, veio a fama de excessos no consumo de bebidas e drogas. Tim Maia se tornou notável por não aparecer ou atrasar o início dos shows e, frequentemente, reclamar da qualidade do áudio. Nosso síndico transformava todas as confusões em que se metia em histórias hilariantes, consolidando sua fama de uma das personalidades mais marcantes da música brasileira. Foi autor de uma das frases mais lembradas de sua carreira: “Eu não bebo, não fumo e não cheiro; só minto um pouquinho”.
Mesmo com vários problemas de saúde, no dia 8 de março de 1998, Tim Maia participou da gravação de um espetáculo no Teatro Municipal de Niterói. Sentiu-se mal e foi levado para o Hospital Universitário Antônio Pedro. Acabou morrendo após uma semana de internação, em 15 de março, aos 55 anos, deixando uma lacuna irremediável no cenário da música brasileira.