Visões sobre o Rio

O processo histórico da literatura no Rio de Janeiro teve como contraponto a presença maciça da cidade em diversos escritos estrangeiros feitos durante o período colonial (até 1822). A cidade com sua baía, seus morros, rios e florestas, foi ponto de passagem obrigatório para viajantes europeus que foram deixando marcas no imaginário dos autores brasileiros. Foram as descrições de franceses, ingleses, alemães e portugueses que deram um perfil edênico e, ao mesmo tempo, caótico para a posteridade – natureza, exotismo e escravidão eram temas que muitos destacavam com suas visões cosmopolita e colonialista. Esse processo, que pode ser datado a partir do século XVI, foi se tornando cada vez mais forte, quando, ao longo do século XX, o imaginário mundial sobre a “cidade maravilhosa” passou a ocupar também os campos da música popular e do cinema.