Inspirada pela arquitetura francesa, a técnica chegou ao Rio em 1905, junto com a reforma urbana de Pereira Passos. O piso combinava com as medidas sanitaristas da época e era considerado ideal para o escoamento de água.
A avenida Central (hoje avenida Rio Branco) foi a primeira a ganhar piso com os nobres desenhos: foram 23.031 metros de pedras portuguesas. Para essa obra, foram importados 32 mestres calceteiros vindos de Lisboa e 3.280 toneladas de pedra trazidas como lastro do navio.
A praia de Copacabana foi a segunda área da cidade a receber pedras portuguesa – foram 4,2km de extensão de pedras, e a obra foi concluída em 1908. A manutenção era um grande desafio: a cada ressaca, as pedras tinham que ser recolocadas, e os desenhos sofreram diversas mudanças. Foi só em 1969, com o projeto de Burle Marx, que as ondas adquiriram seu movimento virtuoso e único que ficou conhecido mundialmente.
Projetadas pelo arquiteto Orlando Magdalena e tombada pelo patrimônio cultural em 1987, as calçadas musicais de Vila Isabel são um ótimo exemplo do uso das pedras portuguesas como meio de comunicação. Estão eternizadas na calçada do Boulevard 28 de Setembro as partituras de 20 canções, como Feitiço da Vila de Noel Rosa e Carinhoso de Pixinguinha.
A partir dos anos 1930, o mosaico das pedras portuguesas se tornou mais popular e inspirou artistas e arquitetos. As pedras saíram do piso e passaram a decorar painéis e murais internos, espaços públicos, portarias de prédios.
Referências:
TEIXEIRA, Iolanda. O livro que eu piso. Memória Brasil: 1976.